segunda-feira, 29 de julho de 2013

Catar agora quer investir no futebol brasileiro. Flamengo seria uma opção

Depois de quebrar um tabu no Barcelona ao mostrar sua marca na camisa mais famosa do futebol mundial e depois de comprar um clube francês, o PSG, e transformá-lo em campeão do país em menos de dois anos, o Catar agora quer investir no futebol brasileiro.

Dirigentes esportivos do país árabe admitiram ao Estado que estão avaliando os balanços financeiros de diversos clubes do País, que são candidatos a serem praticamente comprados pelos árabes. Nada está decidido ainda, mas os investidores consideram o mercado brasileiro de "grande interesse".

"Temos discutido esse assunto, a possibilidade de patrocinar um clube brasileiro, mas não há nada de concreto até o momento", diz Nasser Al Khater, diretor de marketing do Comitê Supremo Catar 2022.

O Brasil se enquadra na estratégia do país árabe de aproveitar a publicidade recebida pelo fato de organizar a Copa daqui a nove anos para catapultar o investimento no futebol pelo mundo e melhorar a imagem que o planeta tem do Catar.

Os motivos: o futebol é ainda um mercado em expansão no Brasil, os clubes estão endividados e, ao mesmo tempo, seu potencial de marketing não é devidamente explorado.

A ideia é fechar um acordo com um clube grande, da Primeira Divisão, que esteja precisando de recursos. O passo seguinte seria transformá-lo em uma referência nacional para, depois, ganhar o mundo, sempre com o nome do Catar na camisa.

Os números mostram que a ambição dos catarianos cai como uma luva na ânsia dos clubes brasileiro por mais dinheiro. O Barcelona recebeu US$ 140 milhões (R$ 415 milhões) para estampar o nome do país no peito.

Na França, o PSG foi resgatado também pelo Catar, em uma operação que envolveu até mesmo o emir do país árabe e o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy. Em um ano, o clube gastou 217 milhões (R$ 643 milhões) para contratar 15 jogadores.

Na Espanha, o príncipe Abdallah Bin Nasser al-Thani comprou o modesto Málaga por 36 milhões (R$ 107 milhões), enquanto o Catar se lança na aventura de desafiar as gigantes Nike e Adidas com sua própria marca de produtos esportivos, a Burrda. Hoje, ela já veste a seleção da Bélgica e pelo menos três clubes europeus.

Se não bastasse, a rede de televisão do Catar, a Al Jazeera, comprou os direitos de transmissão de diversos campeonatos europeus e de cem jogos da Copa dos Campeões da Europa.

No Brasil, os clubes mais valiosos são o Corinthians (R$ 1 bilhão), o Flamengo (R$ 792 milhões) e o São Paulo (R$ 771 milhões). Para quem convenceu o poderoso Barcelona a retirar do lugar nobre da camisa o nome da Unicef e se transformou no primeiro patrocinador da história do clube, que se orgulhava de não "sujar" sua camisa com publicidade, seduzir as ávidas agremiações brasileiras não deverá ser muito difícil.
Fonte: Estadão