segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Coluna da torcida: Análise sobre Guerreiro


Gostaria de propor uma análise sobre o Guerrero.

Nosso atacante chegou com grande expectativa pois, além dos altos valores investidos na sua contratação, ele vem de uma passagem com muitos títulos e gols importantes pelo Corinthians e grandes exibições pela seleção do Peru.

Logo nos seus primeiros jogos, nos encheu de esperança de dias melhores com alguns gols, até se machucar aos 18 minutos do jogo contra o Vasco.

Aí tudo mudou. Depois de mais de um mês de recuperação, voltou ainda machucado e não rendeu mais o que se esperava dele e gols, não fez mais nenhum.

Quem é esse atacante?

Antes de dizer o que penso do Guerrero, precisamos fazer uma breve retrospectiva dos atacantes que passaram pelo Flamengo nos últimos anos, Val Baiano, Dênis Marques, Souza, Dimba, Negreiros, Tuta, Obina, Wanderley, El Tigre, Dill, Fernando Baiano e Hernane só para citar alguns.

Será que algum desses deixou saudades? Tirando o Obina e o Hernane que caíram nas graças da torcida, todos esses nos fizeram passar mais raiva do que alegrias.

Todos esses eram “atacantes de um toque”, ou seja, aquele atacante que só conseguia dar o último toque para o gol e se precisasse dominar para chutar, já era. E se precisasse dominar e devolver para o meia, como um pivô, era a mesma coisa que chutar a bola contra a quina da parede.

Não é exagero afirmar que nos últimos 20 anos, atacantes com técnica que passaram pelo Flamengo, dá para contar nos dedos de uma mão: Romário, Adriano, Edmundo, Sávio e Liédson. Esses três últimos com características um pouco diferente, talvez podendo comparar com o estilo do Cirino atualmente.

Analisando assim, de forma comparativa, quem é o Guerrero? Será que ele entraria em qual lista? Na lista dos caneleiros ou na lista dos mais técnicos? Não podemos analisar o Guerrero pela sua performance no ano passado. Chegou no meio da temporada, jogou poucos jogos, foi bem no início, diga-se de passagem, e se machucou. Voltou jogando no sacrifício devido a situação do Flamengo na tabela.

Já neste ano, se recuperou da lesão, fez a pré-temporada, se preparou e está jogando regularmente. Fez 5 gols na temporada.

Mas alguns, ou muitos, vão dizer: “Mas não é o artilheiro do time”, “O Flamengo ganha de goleada e ele não fez nenhum gol”. Isso é verdade. Mas será que um atacante, para ser importante para o time, tem que ser o artilheiro? Só para citar o jogo de hoje, ele começa a jogada do segundo gol, deixou o Cirino na cara do gol em três lances, um no primeiro tempo e dois no segundo, sendo que os dois resultaram em gol, com um anulado.

Estava na jogada dos gols do Gabriel e Emerson, sem contar os lances em que estava posicionado para receber a bola e os companheiros foram fominhas.

A maioria das bolas rifadas pelo Paulo Vitor ele ganha no alto e facilita a nossa segunda bola. Faz o trabalho de pivô como poucos no futebol brasileiro e tem disposição para várias funções táticas como primeiro combate, bola parada defensiva, sai da área para a penetração dos meias e atacantes.

O Guerrero é um atacante raro, que não exige que o time jogue para ele (como o Fred, por exemplo). Pelo contrário, ele joga para o time. E isso faz com que a avalição do seu desempenho seja, muitas vezes, distorcida.

Vamos apoiar o nosso Guerrero. Ele certamente não é um Adriano, mas não tenho dúvidas de que é um dos melhores que vestiu a nossa 9 nos últimos anos.

SRN